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querida júlia,

as conversas com o meu melhor amigo tornam-se cada vez mais violentas. cada vez mais próximas da verdade. e qual é a verdade, querida júlia? isso querias tu, e eu, e ele, saber. a verdade é que talvez eu, afinal, seja um medíocre jogador, neste imenso e ultra-complexo tabuleiro que é a vida.

talvez ele tenha razão. talvez eu não seja assim tão bom profissional - falhei, miseravelmente. talvez eu não seja assim tão mau, na minha vida pessoal - falhei, um furo acima da mediocridade, vá lá.

a verdade. a violência. a mediocridade. a verdade é a mediocridade. a verdade é a violência.

querida júlia, o que não aguentei (não contes a ninguém..), foi quando ele falou do meu amor arredio. quando ousou dizer o seu nome em voz alta e proclamar: 'pois, ela tinha.. substância'.

é isso a verdade. é isto a verdade.

medo.