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e lês a entrevista(?) de antónio lobo antunes à alexandra lucas coelho. que pôrra é esta? então ele muda-se assim para o bairro onde quase fui feliz (e foram tantos já..)? mas o homem tinha que sair à rua e dar uma volta pela zona? e a alexandra tinha que falar das gentes com quem se vão cruzando? assim, antónio? não havia mais sítios neste raio de cidade, mais casas à espera dos seus livros? fogo, pá. as saudades que tenho daquele sótão, daquela vista nocturna para os néons ladeando o topo da avenida. as saudades de estar naquela rua, à espera, a ouvir música, à espera, a ouvir o silêncio, à tua espera.. as saudades daquele dia em que me mostraste a casa e o meu amigo ficou no carro, em quatro piscas. e de mostrares o sótão, a vista, uma casa sem nada, como sempre gostei de imaginar a minha casa perfeita - zen, despojada, de uma sobriedade pungente. e depois termos ensaiado uma espécie de amor, naqueles minutos, confusão de pele e mãos, braços, pernas e tudo (o teu cabelo, o teu cheiro único). bolas, senhor antónio, tinha mesmo que ser ali?