- shall we never sink alone -

não estamos no facebook. nem no linkedin. nem no hi5. nem no twitter. nem no messenger. nem no livelink. estamos aqui e ali ao lado, naquela banquinha a que um dia chamaram vida. mas temos e.mail: theheartcompanion@hotmail.com somos moderadamente modernos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

________________________________________________________________


nove meses depois, regressas à capital do sol, zona geográfica cujos contornos são teus e só teus. este núcleo urbano solar, zona de comércio, serviços, cafés - as coisas comezinhas de que a vida é feita - é agora uma coisa outra, seguramente que não a coisa tua de outrora.

acossado por lâminas que só tu vês, evitando, o tempo todo, nós de marinheiro indeslaçáveis, zizezagueando num padrão exangue, aspiras as cinzas.

está já não é a tua cidade, capital da claridade futura.

a cada um a sua shoah - e que Deus me perdoe o estúpido uso desta palavra maldita. mas, por vezes, já não sabemos como estancar a dor.

por exemplo, um sonho terrível. são agora quatro da manhã - hora de ninguém. estás algures, na casa que foi tua. na casa que foste. a fulminante vitti ocupa uma cama. está acompanhada, notas bem. a cama é de teus pais, onde, das raras vezes em que tal aconteceu, o teu pai te deitou junto a si e te embalou contando histórias. tens 3 anos ou 4 anos ou 5 anos. a casa é um templo e aquela cama o seu altar. e a gélida mónica ocupa-a agora, tirando-te o que é teu - as memórias, a infância, a ingenuidade, a pureza, a tua mais preciosa casa.

- és pó e ao pó retornarás, rapaz de pouca fé.

e assim se cumpriu.

(e ajoelhado e dobrado em quatro, ofereces o pescoço à estocada final. chega de mau-viver, fantasmas meus. ide, desaparecei do meu caminho, restituí-me os meus sonhos e a minha luz. ide, demónios encapotados.)

- tough ain't enough. baby.

(eu sei, tio eastwood, eu sei.)

- cause you MUST be
captain of your heart 
master of your soul.

(eu sei, tio mandela, eu sei. so help me God.)

Seguidores

Arquivo do blogue