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e há aquele blogue, maravilhosa ficção ou magistral colecção de polaroids emocionais, que miss prunella & miss francesca alimentaram durante anos. ficcionado ou real, tanto faz (um dia, quando forem mais velhos e/ou mais experientes, perceberão que, sim, quase sempre, tanto faz..), é uma história de amor no duplo feminino, coração em brasa contra pele a crepitar, com as suas voltas e contra-voltas, com as suas piruetas semânticas, com aquele (e)terno desespero do amor - de algum amor (do melhor amor?)

nunca me esqueci de um post em especial. dizia assim (e pouco importa se era original ou mera citação, respingada algures):

toma o meu coração. é teu. faz dele o que quiseres. mas tem cuidado com o que dele fazes. é que, lá dentro, estás tu.

como não sei dizer melhor, deixo-te estas palavras. como no livrinho, depois filme, a vida é também feita destas palavras que nunca te direi. algures, no espaço sideral, há um buraco negro imenso - anti-matéria pura - onde jazem para todo o sempre as palavras que ficaram por dizer. os gestos que ficaram por fazer. as vidas que ficaram por viver. os encontros que ficaram por acontecer.. mas que, dentro de um ou dentro dos dois, são tão reais como esta janela em aço inoxidável pela qual vejo entrar a luz da manhã.

há orações piores.