querida júlia,
estou cansado, mas não o suficiente para adiar estas palavras. hoje regressei ao coração desta cidade - vários meses depois. o coração onde pulsa uma porção generosa da sua identidade e do seu carisma. o coração onde vivi tão intensamente. a cidade mudou? não, eu mudei. ao olhá-la, com ternura, pela janela do carro, era como se os meus olhos a abraçassem, ao mesmo tempo que a minha mente, sempre vigilante, me ordenasse 'go back. turn around. leave town'. foi estranho sentir-me assim: um estranho na própria cidade. sabes que mais, querida júlia, o que mais custa não é perceber a facilidade com que se perdem continentes inteiros - não foi a primeira vez, palpita-me que não será a última. o que me mais me perturba, dizia-te, é nem sequer ter ainda percebido se sinto saudades.. talvez seja tempo de avançar. talvez seja tempo de perder uma cidade, para ganhar o mundo. o mundo e uma pessoa que eu cá sei, querida júlia. às vezes, 'a man's got to do what a man's go to do. no more. but no less.'
i said: no less.
- shall we never sink alone -
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